sábado, 2 de novembro de 2019

Considerações sobre o medo

Mas e você não tem medo???

- Medo de ter feito a escolha errada?
- Medo de falhar?
- Medo de não dar conta?
- Medo de denúncia?
- Medo de não estar passando conteúdo suficiente?
- Medo de estar exigindo demais?
- Medo de estar exigindo de menos?
- Medo de não oferecer o que os seus filhos realmente irão precisar para o futuro?
- Medo de que eles te culpem por não ter mandado eles para a escola?
- Medo de que eles tenham problemas com socialização ou falta de respeito com a diversidade?
- Medo de travar a aprendizagem no meio do processo?
- Medo de ficar fora do mercado de trabalho?

Imagem relacionada

   
 Essas todas foram perguntas que já ouvi com relação a homeschooling e medo... E a resposta para muitas delas por um tempo, foi que sim... Para outras a resposta ainda é sim...
    Mas sabe de uma coisa, tenho aprendido e percebido que o medo que te paralisa é pecado, é falta de confiança em Deus e isso é terrível, por muito tempo eu lutei com esse medo. Porém o medo que com o qual eu lido hoje (praticamente todos os dias) é um medo que considero saudável eu chamo de temor... Tenho um grande temor com relação as questões acima listadas (quase todas). Mas é esse temor que me mantém na linha... Na linha da dependência em Deus primeiramente, precisamos estar dependentes dEle para nortear as nossas escolhas e nos ensinar a fazer o nosso homeschooling. Esse temor me mantém na linha de não deixar eu me acomodar, fico sempre buscando novos materiais, novas formas de apresentar os conteúdos, novos conhecimentos... Estou constantemente procurando formas de as crianças se socializarem, estou quase sempre com o "radar ligado" para aproveitar as oportunidades de aprendizagem que aparecem no dia-a-dia.
    O mais mágico na vida de família homeschooler é o fato de que o aprendizado das crianças e da família como um todo se dá de uma forma muito personalizada e única, cada família se adapta as suas necessidades e formas de aprendizado de suas crianças e isso é incrível... Dificilmente você visitará duas casas de homeschoolers onde as coisas acontecem de maneira igual e isso é incrível... e Incrivelmente assustador...
    É assustador porque não existe uma receita que você segue para dar certo com a sua família, não existe um material que qualquer um pode seguir que vai dar certo no final... Mesmo que hoje no Brasil saísse uma lei dizendo como as coisas devem ser, ainda assim essa questão não seria resolvida. Porque homeschooling é liberdade de aprendizagem... É descobrir o caminho que funciona para sua família e seus filhos e andar por ele.
    Aqui em casa ainda estamos nesse processo de descoberta, e nesse processo temos cometido erros e acertos, mas temos aprendido com tudo, temos estado mais próximos a cada descoberta e entendido mais um ao outro a cada dia... E assim seguimos, um dia de cada vez...
    Mas voltando a questão do medo... Como eu já disse anteriormente, eu temo sim a maior parte das coisas listadas acima, mas o maior temor que carrego em meu coração é o temor de ter tido a oportunidade de fazer diferente e ter escolhido fazer igual por medo... 

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Como você faz para dar conta???


    Já perdi as contas de quantas vezes eu ouvi essa pergunta... Como você faz para dar conta (casa, comida, roupas, aulas, socializar as crianças)???
    A resposta é simples e objetiva: eu não dou conta!
    Pois é... Sei que é uma resposta sem graça, mas verdadeira... Ainda não descobri a fórmula mágica que faz com que minha tarefas estejam sempre em dia (se alguém encontrar por favor compartilhe comigo hehehe).
    A nossa realidade aqui em casa é assim: por traz de toda foto de atividades bem elaboradas para o homeschool há uma máquina de lavar trabalhando, uma panela cozinhando, uma pilha de roupa por dobrar e um quarto bagunçado para organizar...
    E assim vamos trabalhando em nosso dia-a-dia, defino as prioridades e trabalho com elas, o que não foi prioridade hoje com certeza se tornará amanhã ou depois. Não sou muito boa em definir prioridades, mas o lado bom é que elas se definem (na maior parte das vezes por conta). Por exemplo: Se o Egly não tem camisas passadas para trabalhar amanhã, minha prioridade hoje é passar roupa. Se a máquina de lavar está transbordando a prioridade é lavar... Se o conteúdo de estudo está atrasado, as outras coisas podem esperar, vamos estudar!!!
    Mas há dias que o caos se instaura e tudo é prioridade... Tenho aprendido a depender em Deus todos os dias para me ajudar a definir as prioridades, mas nesses dias eu preciso depender mais ainda... É tão importante respirar fundo e pedir direção, e parece que é justamente nesses dias que as crianças sentem a agitação no meu coração, ficam inseguras, agitadas e briguentas, quando consigo olhar para o céu e encontrar a direção no Senhor pouco a pouco as coisas vão voltando o lugar e tomando forma... Mas nem sempre eu consigo, aí eu perco a paciência com as crianças, estou mal humorada e exausta quando o Egly chega em casa e concluo que o dia foi um fracasso.
    O que é interessante sobre tudo isso é que tenho aprendido a olhar com mais leveza para essas situações, tudo bem se ontem o dia foi um fracasso, hoje é outro dia, peço perdão ao Senhor, aos meus filhos e marido e busco direção para o novo dia que começa. Aprendi que os dias ruins acabam e um novo dia sempre começa e isso tem me ajudado a passar mais leve por esses dias.
    Essa foto é de um dia bom... Tudo era prioridade... A máquina trabalhando, panelas cozinhando no fogão, roupas por passar, chão cheio de grude para limpar, aula para dar... Na foto estou passando roupa enquanto cozinho, monitoro a maquina de lavar, ensino a Eliz sobre o dinheiro e acompanho o Eliel lá no fundo em cima do tapete fazendo atividade de coordenação motora. Apesar do "caos" eu estava tranquila, a Eliz aprendeu e o Eliel fez e gostou muito da atividade, foi um dia de sucesso em que "dei conta".
     Porém, a maioria das vezes não é assim que acontece, e sabe de uma coisa??? Descobri que tudo bem!!! Não tem problema, não terminamos hoje... Amanhã a gente continua. Existe uma pressão enorme e desnecessária em cima da gente, de que tem que dar conta de tudo o tempo todo... E tenho descoberto em nossa jornada de homeschool que tudo bem não estar com tudo em dia o tempo todo... E tem sido libertador encarar e aceitar isso!

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Como o homeschooling entrou em nossas vidas???


    Tudo começou em meados dos anos 2000, quando comecei a frequentar a igreja... Uma família norte-americana estava a frente dos trabalhos com a igreja, e essa família estava na terceira geração de homeschoolers. Como eu era bem jovem e tudo era novidade para mim, isso não chamou tanto minha atenção, na minha cabeça eles não mandavam os filhos para a escola porque queriam que as crianças aprendessem em inglês... E também porque queriam manter os filhos em "uma bolha" (que bobinha eu hehehe), mas como não era um assunto meu eu não pensava muito sobre isso.

    Em 2007 eu me casei, e, meu marido que também frequentava a igreja tinha uma visão semelhante a minha (eu acho) na verdade não lembro de conversarmos sobre o assunto, simplesmente não nos chamava a atenção. Nesse mesmo ano eu comecei a cursar Pedagogia na faculdade. Optei por esse curso porque nos últimos anos eu vinha trabalhando no ministério infantil de minha igreja e descobri que gostava muito de ensinar crianças.
    A medida que o anos foram passando eu comecei a achar interessante esse "negócio de homeschool", porque eu acompanhei através do ministério infantil tanto as crianças que frequentavam a escola, como as crianças homeschoolers e eles foram crescendo diante dos meus olhos, se tornando pré-adolescentes e o que me chamava atenção é que no quesito interação as crianças homeschoolers tinham muitas vezes até mais facilidade que aquelas que frequentavam a escola. E no quesito aprendizagem também... Achava interessante. Mas não ao ponto de me interessar pelo assunto.

    Nesse período, um amigo que também frequentava a igreja estava se formando em Pedagogia, como ele estava bem mais próximo que eu dessas famílias ele despertou para o tema e resolveu fazer o TCC dele nessa área de homeschool. Achei interessante, na época ele criou blogs nos quais ele abordava o assunto, eu lia algumas postagens esporadicamente, e, achava interessante a forma como ele abordava o assunto, mas ainda não ao ponto de despertar para o tema. Lendo as postagens dele, descobri que muitos brasileiros faziam educação domiciliar, e que, não havia um perfil homogêneo das famílias praticantes.

     Comecei o curso de pedagogia com o objetivo de trabalhar com os anos iniciais do ensino fundamental, sempre gostei de trabalhar com crianças maiorzinhas. Mas os primeiros anos do curso abordava a educação infantil, confesso que me encantei descobrindo a primeira infância e todas as oportunidades lúdicas de se trabalhar com as crianças desde tão pequenas. Estavam ansiosa para começar o módulo dos anos iniciais, pois imaginava que se era possível fazer tanto com  crianças tão pequenas imagine com crianças maiores, com um entendimento maior.

    Triste ilusão a minha. Descobri que quando uma criança passa da educação infantil (pré-escola) para os anos iniciais a "infância é praticamente sepultada". A Base Curricular (naquela época PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais) é tão carregada de conteúdos que sobra pouco tempo para a ludicidade. Me deparei com salas cheias de criancinhas que sentadas nas caideiras mal conseguiam tocar o chão com os pés, e lá "meio penduradas" em um assento desconfortável em salas abafadas com um ventilador de teto barulhento, se viam diante da difícil tarefa de por 4 intermináveis horas ter que aprender conteúdos que para a maioria delas não fazia sentido. Durante os 15 minutos de intervalo e as duas ou três aulas de educação física da semana eu via aquelas crianças correrem e gritarem com todas as suas forças, para gastar um pouco da energia acumulada, não havia interação de qualidade, pois no pouco tempo livre havia muita energia para extravasar e nitidamente essa era a prioridade.
    Então entravam na sala vermelhos, suados, com sede, e sem fôlego e boa parte das crianças começava a pedir para ir beber água e usar o banheiro diante da frustração da professora
que simplesmente não conseguia entender porque não fizeram isso nos 15 minutos de recreio.  


    E em 2009 eu estava em crise... Eu ia para os estágios (em mais de uma escola, trabalhava em uma escola particular onde a realidade não era muito diferente). Eu escrevia meus relatórios de estágio que explodiam em críticas e o meu coração gritava em desespero... Não era isso que eu imaginava... Eu procurava respostas e ninguém me trazia essas respostas.

    Foi quando o meu amigo, o que fez o TCC sobre homeschooling me procurou, me pedindo uma mãozinha. Como ele escrevia blogs sobre o tema de educação domiciliar, ele começou a ter contato com muitas famílias homeschoolers de todo o Brasil que entravam em contato com ele pedindo orientação ou ajuda. 

    Naquela ocasião, ele estava fazendo várias coisas quando uma família do Rio do Janeiro o procurou pedindo ajuda, pois haviam sido denunciados ao conselho tutelar por não enviar os três filhos para a escola. A família apresentou ao Conselho todo o material que estava usando para ensinar os filhos, ao que deram um prazo para essa família... Eles deveriam apresentar um embasamento teórico do porque optaram pelo ensino domiciliar e planos de aula oficiais com os conteúdos que estavam trabalhando. O problema era que aquela família não tinha formação acadêmica e não sabiam fazer planos de aula... E foi por isso que procuraram meu amigo pedindo ajuda. Como ele estava muito atarefado na época me pediu para ajudar. Eu disse que ajudaria, e, não fazia ideia de que aquilo mudaria minha vida para sempre... 

    Comecei estudando o tema da educação domiciliar, recuperando um pouco da história da educação
e transitando um pouco sobre a questão jurídica... Feito isso, aquela mãe nos enviou o planejamento que ela tinha para as aulas dos três filhos, com a descrição de como ela transitava no dia-a-dia pelas disciplinas com o aprofundamento de acordo com a idade dos filhos... Uau!!! Diante de mim eu encontrei as respostas que eu tanto procurava... Uma família, sem um plano de aula oficial, sem formação acadêmica, mas que conhecia as características de suas crianças e o que lhes interessava... Fiquei encantada com a forma simples e natural com que os conteúdos de português, matemática, história, geografia etc eram transmitidos àquelas crianças.

    A medida que eu ia desenvolvendo o material para ajudar aquela família eu sentia meu coração palpitando forte no meu peito, com a certeza de que era isso que eu queria para os meus filhos quando eles viessem. Enquanto eu ia trabalhando nos planos de aula e nos documentos eu ia compartilhando com o Egly o que eu estava descobrindo e assim como pra mim a convicção veio de uma forma inabalável para ele também. 

    Naquela época já sabíamos que quando nosso primeiro filho chegasse eu não voltaria mais a trabalhar, porque nossas crianças não iriam para a escola. A Eliz nasceu em abril de 2012 e então começou a nossa incrível aventura como uma das milhares de famílias homeschoolers do Brasil.
    

terça-feira, 7 de maio de 2019

Educação e mercado de trabalho


Sei que alguns posicionamentos do autor do vídeo são um tanto polêmicos, mas não posso deixar de concordar com as falar dele... Penso que esse vídeo é bem interessante para termos um ponto de vista diferente sobre educação e formação acadêmica.

domingo, 5 de maio de 2019

Qual é o grau de instrução necessário para que uma família pratique a Educação Domiciliar???

Esse tipo de pergunta é bem recorrente... E existem muitas opiniões divergentes sobre o assunto... Vou expor aqui a minha opinião, minha experiência e um pouco do que tenho observado nas famílias homeschoolers que eu conheço.
Qual o grau de instrução mínimo que uma família precisa ter para ensinar seus filhos em casa? Nenhum!!!
Espera aí??? Como assim???
Não, você não leu errado... Do meu ponto de vista a família não precisa ter um grau de instrução para ensinar os seus filhos... O ensino domiciliar não tem a ver com escolarização (pelo contrário), mas com competências. Nesse caso, quanto menos escolarizada for a mente das pessoas que praticam, melhor!
Existem sim competências básicas que os pais precisam ter... E são elas: ler e escrever bem... dominar as operações matemáticas básicas e precisam gostar de estudar e aprender... O resto se constrói ao longo do processo.
Mas só isso??? E como faz para ensinar os conteúdos mais complexos para as crianças e posteriormente aos adolescentes? Pois a medida que o tempo vai passando os conteúdos vão ficando mais complexos...
Sim, isso é verdade, mas compreenda o seguinte, alguém que lê bem e compreende o que lê... Pode aprender sobre qualquer assunto... Alguém que domina as operações matemáticas básicas pode aprender a fazer qualquer cálculo, daí para frente é só uma questão de querer aprender, daí a necessidade de gostar de estudar e aprender.

Normalmente quando falo sobre o assunto para pessoas que não conhecem o tema, primeiramente o clima fica tenso: Espera aí??? Como assim os seus filhos não vão para a escola???
Na maior parte dos casos a nuvem negra é dissipada diante da informação de que eu sou pedagoga... Ainda é estranho meus filhos não irem a escola, mas é como se o fato de que eu tenho formação em pedagogia faça com que eu esteja automaticamente preparada para isso... Quando a verdade é o oposto.

Na verdade minha formação acadêmica me atrapalha mais do que ajuda no processo de homeschooling com os meus filhos, pois, eu já tinha uma mente escolarizada por ter passado pelo processo de ensino tradicional... E então eu fiz uma faculdade onde aprende-se sobre escolarizar crianças... 

Tenho formação para trabalhar com educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, mas na faculdade eu não aprendi os conteúdos que preciso ensinar para as crianças do terceiro ou do quarto ano por exemplo... Estudei muita filosofia, sociologia, psicologia e alguma coisa (bem pouca comparado com a necessidade) de didática... Mas conteúdo mesmo, eu saí da faculdade precisando aprender... Se posso aprender pra ensinar na escola, posso aprender pra ensinar meus filhos... E digo mais... Se todos os professores precisam aprender pra poder ensinar... Os pais também podem fazê-lo. 

Porém homeschool não tem a ver com trazer o conteúdo da escola para dentro de casa... Tem a ver com conexão familiar, tem a ver com conexão com aquele pequeno ser que está na minha frente (que é meu filho (a) uma das pessoas mais importante no mundo pra mim) e entender quem ele é, quais são os seus interesses, suas aptidões naturais... O que naturalmente chama a atenção dele... E minha função não é repassar todos os conteúdos que a escola ensina, mas sim "adubar" as áreas de aptidões naturais da minha criança... Dar a ela as ferramentas que ela precisa para aprender o que ela quiser... Para ser quem ela quiser ser... É individual, cada criança é única e é por isso que a escola não consegue fazer esse trabalho (entenda, não estou desmerecendo a escola, mas apenas estou dizendo que é impossível um professor ensinar 20 - 30 crianças de forma individual e personalizada).

Não é fácil... Não é simples... Não existe uma receita pronta, cada família precisa descobrir o seu caminho e muitas vezes esse é um processo demorado que demanda muito esforço por parte dos pais, e é por isso que eu insisto na fala de que o homeschooling é um chamado... Ou  você e sua família se sentem chamados para esse estilo de vida e podem optar por praticar ou não, mas se você não se sente chamado, ou não se vê disposto a todas as renúncias que são necessárias... Nesse caso não adianta nem cogitar essa opção...

Agora é domingo a tarde, minha família e eu poderíamos estar passeando, num parque ou num shopping... Mas assim que eu finalizar esse post precisarei organizar os conteúdos da semana... Enquanto meu marido está lá fora cuidando das crianças para que eu consiga fazer isso... Estamos todos os dias renunciando coisas em detrimento de outras... Mas como temos certeza de que fomos chamados para isso... Essas coisas não nos são pesadas, e, estamos verdadeiramente felizes por pode acompanhar de perto o desenvolvimento de nossos filhos!

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Homeschooling, qualquer família pode fazer???


Qualquer família pode fazer homeschooling???

Essa é uma das perguntas que eu mais ouço... e a resposta que eu sempre dou é: sim! Qualquer família PODE fazer... Mas eu realmente não acredito que TODA ou qualquer família DEVE fazer homeschooling... Vou explicar...

Hoje existem milhares de famílias no Brasil que optaram por essa forma de educar os seu filhos, e, cada família tem seus motivos particulares para terem feito essa opção: há família cujo filhos possuem dificuldades de aprendizagem e não se adaptaram ao sistema escolar, há outras em que os filhos sofreram bulling e então fizeram essa opção, há ainda aquelas que é por conta de suas convicções religiosas ou políticas... Os motivos são os mais diversos, mas em minha opinião há algo em comum entre todas essas famílias e esse algo é o que eu chamo de CHAMADO. (Daí a explicação para o nome desse blog)

Quem me conhece, sabe que sou Cristã e que ao longo dos anos eu minha família temos buscado fazer nossas escolhas baseados na direção de Deus para nós... Em nosso caso, sou sincera em dizer que recebemos um chamado direto da parte de Deus para ensinarmos nossos filhos dessa maneira... Mas quando falo que todas as famílias tem em comum o "chamado para o homeschooling" eu não necessariamente estou relacionando isso com a fé, até porque há muitas famílias que são ateus e praticam o ensino domiciliar.

Costumo dizer que homeschooling é mais que somente uma modalidade de ensino... É um estilo de vida, portanto é necessário que a família inteira faça ajustes para que o homeschool de fato aconteça. O Chamado ao qual eu me refiro nesse texto tem a ver com esse estilo de vida... Cada pessoa é chamada a um estilo de vida... Eu tenho esse chamado para educar meus filhos em casa, não tenho chamado para seu médica plantonista do SUS, ou para ter uma vida de aventura fazendo cicloturismo por exemplo... Porém pode ser que o seu chamado seja diferente, e, então, você precisará da ajuda da escola para ensinar os seus filhos...

Costumo ouvir na mídia e até de pessoas que não conhecem o homeschooling que a legalização dessa modalidade está sendo pleiteada por uma minoria de famílias de elite que são muito abastadas financeiramente... Essa afirmação é uma inverdade feita por pessoas que não tem conhecimento do assunto... Nós reunimos com um grupo composto por muitas famílias homeschoolers e posso afirmar que nenhuma delas faz parte da elite da sociedade... É comum eu ouvir expressões de desdém por parte das pessoas que dão de ombros e dizem " que bom que você tem condições de não trabalhar para ensinar os seus filhos".

O que as pessoas não compreendem é que as condições a gente cria... É claro que existem famílias que de fato passarão fome se um dos cônjuges não trabalhar, mas na maioria dos casos que ouvi isso foi de pessoas que possuem moradia própria em área nobre da cidade, que a família conta com mais de um carro, quando os seus veículos não são importados...

No caso da nossa família, até um mês atrás morávamos em um apartamento popular de dois quartos com 42 metros quadrados em um bairro considerado de periferia... Nosso espaço era bem pequeno e limitado com 2 crianças pequenas... Agora financiamos uma casa um pouco maior, ainda no mesmo bairro, mas ainda é uma casa modesta... Andamos em um carro popular que já tem 10 anos de uso (sem expectativa de poder trocá-lo... Não que isso seja importante para nós, estou citando apenas para referenciar que estamos longe de ser uma família de elite). Como contamos apenas com o salário do meu marido, não conseguimos viajar em férias todos os anos... E as poucas vezes que o fizemos sempre precisou ser muito bem planejados, pois os recursos eram bem limitados... O que quero dizer com isso é que poderíamos ter uma casa maior, um carro considerado melhor e mais novo... poderíamos viajar em férias uma ou duas vezes ao ano... Mas isso nos colocaria em uma condição não poder fazer o homeschool, pois eu precisaria trabalhar fora para ajudar com essas despesas.

Então... Para finalizar... Eu penso que qualquer família pode fazer, mas nem todas devem, afinal, o que é bom para a minha família, pode não ser bom para a sua... É um estilo de vida e é importante que todos os membros da família estejam envolvidos com esse estilo de vida...

Neste post falei mais de questões gerais... Mas tenho em mente falar sobre o grau de instrução necessário para as famílias que praticam homeschooling... Mas isso é assunto para um próximo post. Até lá!

Conheça nossa família


    Meu nome é Kelly, tenho 32 anos, sou esposa do Egly que tem 36 anos e temos dois filhos, a Eliz de 7 anos e o Eliel de 3 anos.
    Meu marido é administrador de empresas e eu sou pedagoga de formação, mas desde 2012, quando a Eliz nasceu tenho me dedicado exclusivamente a criação dos nossos filhos.
  Há muitos anos temos contato com o tema Homeschooling (ensino domiciliar), mas comecei a estudar o tema mais profundamente em 2009... Em 2012 quando nossa primeira filha nasceu já tínhamos convicção de que nossos filhos seriam educados em casa... Mas vou contar isso com mais detalhes nas próximas postagens....